terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Está na hora de mudar e ser diferente, deixar de me importar tanto com as coisas e começar a importar-me comigo mesma .Cansei de não ter importância para ninguém e ralar-me com quem me faz sofrer

domingo, 26 de fevereiro de 2012


Cansada. Assim estou eu. É uma sensação tão desagradável, tão sem sossego. Na realidade eu sou assim uma sem sossego mesmo. Não gosto de multidão, mas detesto quando não percebem que estou mal. Odeio falta de maturidade, mas excesso dela me estressa. Sou muito complicada, eu sei. Raramente me entendem quando isso acontece. Mas sabe estou angustiada, aparento ser forte, mas estou com tanto medo de perder as pessoas que realmente são importantes para mim. Sei que eu afasto as pessoas, mas eu não queria fazer isso, mas sempre acabo fazendo. É meio jeito, eu prefiro evitar decepções. Mas na maioria das vezes me decepciono. Mas resolvi não sofrer mais em vão, quem quiser ficar que fique, e se for para partir que parta de vez, e não aos poucos, assim dói menos. Não quero mais ficar remoendo as mesmas coisas, ficar me sentindo culpada por tudo. Não vou mais ficar lamentando perdas. Sinceramente eu cansei. Sei que o meu jeito é todo errado, mas quem me quiser terá que ser desse jeito. Com as minhas complicações, com os meus defeitos. Não precisa me entender, só me aceite. Não tente me mudar, essa é a maior ofensa que eu posso receber de alguém. Eu cansei de sofrer sozinha, de viver me lamentando pelos cantos. Cansei de dar atenção e receber desprezo. Cansei de me preocupar com quem não tinha preocupação alguma comigo. Cansei de levar a culpa por coisas que não devia. Cansei de sentir de mais. Cansei de me importar. Eu só quero ficar no meu canto, sozinha. Sem ninguém pra me magoar, pra reclamar da pessoa que sou. Sem ninguém pra ferir esse coração que já não é capaz de suportar nenhum tipo de dor.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

E então, um dia, você acaba se dando conta de que a vida pode ser boa sim. De que depende de você acordar e desejar ficar na cama para não se machucar, ou abrir a janela e esperar por algo bom. Eu já tive tantos problemas com isso… Desistir do mundo, dos amigos, de acreditar que um dia as coisas pudessem dar certo. E por todo esse tempo não deram. Ou melhor, até davam, mas não me satisfaziam, pois eu tinha na minha cabeça de que não demoraria muito para tudo voltar a estar um caos outra vez. Caos! Essa é uma palavra que usei bastante quando na verdade era exagero. Minha vida nunca foi um caos. O que me faltava era enxergar as pequenas coisas que me deixavam feliz e eu não admitia. Era perceber que eu podia ser feliz com o que tenho e não com o que eu acho que me faria feliz. O meu problema era acordar de manhã e pensar que mais um dia cheio e cansativo estava para começar, enquanto eu poderia ter aproveitado melhor se não tivesse lamentado tanto. Eu não conseguia perceber o quanto a minha negatividade estava atrapalhando tudo. Mas adolescente é assim, como os adultos gostam de dizer, gostamos de transformar tudo em uma grande tormenta e achar que o mundo vai acabar por causa de um problema simples. Problemas nunca são simples quando são nossos, a diferença é que transformamos ele no nosso problema principal. E é aí que tudo se perde. Sim, hoje eu posso dizer, eu estava exagerando. Mas não poque queria, mas porque eu realmente achava que minha vida tinha se tornado algo insuportável. Hoje eu vejo como não posso reclamar. Hoje eu consigo perceber que eu tenho tudo que uma vida perfeita teria, e não estou falando de roupas caras e um armário lotado de bolsa e sapatos, até porque eu trocaria tudo isso por Nintendo 64 fácil. Estou falando de sentimentos, de carinho, de amor, de família. Eu tenho pessoas do meu lado que sei nunca irão me abandonar, por mais escolhas erradas que eu faça. É muito bom saber que você pode sempre contar com alguém. Eu sou feliz. Sou muito feliz. Por cada coisinha simples que tenho, ou por cada momento grandioso que conquistei. Sou feliz com quem eu sou, com quem eu estou, onde eu estou e pelo que luto. E a vida é assim, com seus altos e baixos. Te testando a todo segundo, onde apenas os mais fortes sobrevivem por lei natural. Mas isso não é um campo de batalha, você pode sobreviver e se divertir. Você pode lutar e sorrir. Você deve, acima de tudo, viver, pois a vida é muito curta para quem tem vontade de ser feliz. Aproveite as oportunidade que o mundo te oferece. Isso vai muito além das suas dores.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Logo eu que tenho medo do que habita o escuro e choro com os braços ao redor do meu próprio tórax durante a madrugada; logo eu, que nem ao menos sei quem sou e sinto o peso de mil seres em meus ombros… Logo à mim foi destinado esse fardo.
Como se já não bastassem os olhos secos, a pele pálida, o coração moído e o espírito em brasa que quer romper-me o corpo e não pode. Como se já não fosse bastante o mundo que me comprime até arrancar o ar, todo santo dia há mais um ser a adentrar-me. São Luísas, Miguéis, Joanas e Lívias com seus jardins floridos e olhos de chuva. Como queria poder chorar minhas dores tal como eles fazem. Eu me alimento da dor que não sinto, dos lábios que não são meus. Enfio-me em outros enredos, invado lares, corações e crio nomes. Eu sou doentia. Fujo e me escondo atrás de narradores e amores que se concretizam porque o meu amor não foi capaz de tal proeza. E tal como uma piada de primeiro de abril condeno outros personagens ao meu infortúnio para não o sofrer sozinha. Eu sou uma pessoa ruim. E quem vai preencher os espaços de uma alma que não conhece limites? Ninguém. Não há quem seja desajuizado o suficiente para, de bom grado, habitar este tornado que é mais do que só uma parte de mim. Eu sou o tornado. Eu sou a faca, mas sou também o sangue e a dor de quem se corta. Eu sou a falta, a saudade e a fé de quem parte e se refaz. Eu sou a beleza e o carma que eu mesma carrego

domingo, 19 de fevereiro de 2012


Era teimosa ao extremo, irritante quando queria, linda aos olhos de alguém especial […] amava intensamente. Quando chegava ao ponto de não aguentar mais, chorava, liberando mares de mágoas guardadas por muito tempo. Era doida, mas aquilo de vez enquanto a fazia muito bem. Sua loucura era uma forma de levar a vida, de ignorar palavras que não foram bem pronunciadas. Levava tudo na brincadeira, mas gostava de ser levada a sério. Mudava de humor rápido em consequências de atitudes realizadas por pessoas que não refletiam antes. Gostava de ser ouvida,mas, parece que a brisa dos ventos levava suas palavras para algum lugar, impedindo-a de que as pessoas pudessem ouvi-la […] Suas lágrimas pareciam invisíveis ao olhar das pessoas, ou, apenas não quisessem vê-las. Ignoravam seus sentimentos do mesmo modo que ela ignorava tudo que a fazia mal. Pelo menos ela tentava. - Tinha uma expressão fria, e fazia com que seu mundo assim fosse frio. Havia dentro de si um iceberg de emoções. Era doce quanto qualquer doce, porém, dura ao mesmo tempo. - Sofria dentro do seu quarto, e não deixava ninguém ver suas lágrimas. Seu sorriso era notório quando caminhava pelas ruas, ou quando estava entre muitas pessoas. Mal sabiam que a hipocrisia naquele sorriso era imensa, mal sabiam que dentro daquele rostinho feliz havia um mar de decepções. Era forte até mais do que suportava ser, sua expressão “feliz” refletida no espelho a deixava incrédula. A mulher forte que todos viam não passava de mais uma capa, o sorriso largo que era notório em seu rosto, transformava-se em lágrimas todas as noites. A felicidade existente no seu exterior não passava de mera ilusão” […]

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira…). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina..

Tati Bernardi.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012




Alegria chegou e fez morada. O vento levou tudo que se apodrecia a alma e deixou apenas paz. Se não lhe trazia mais cor, mais amor e menas dor, jogava fora. Não deixara de lado a poesia, as palavras bonitas e amores adocicados. Queria o sol, as estrelas e todos os planetas existentes. Lutava com toda sua garra e gargalhava com toda sua graça. Voava até as nuvens para dormir e ter os mais belos sonhos. Desejava amor recíproco, amor de novela, amor torto, amor nosso. Sua única meta era ser feliz. Chorava, para que suas lagrimas se juntasse aos rios e levasse toda dor. Sorria de corpo e alma, pelos mais bobos motivos clichês. Finalmente o sentido de viver voltara a aparecer. E se você abrir teus olhos vai aparecer para ti também. É só querer, que tu podes poder. Então vá, se jogue, se ame como nunca amou ninguém. Encontre tudo que quer e ganhe o mundo, pois alegria quer fazer morada em você também.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar.
Caio Fernando Abreu
Agora não da mesmo pra ser feliz, é impossível. Mas quem disse que a gente precisa ser sempre feliz ? Isso é bobagem. Como Vinícius cantou “é melhor viver do que ser feliz”. Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.

Caio Fernando Abreu

Só diga à alguém que o ama, quando estiver seguro das consequências que irá correr .

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Brincadeira de criança. Saudade dos joelhos esfolados, do supercílio rasgado… Todas dores eram menores que essas que carrego. Sorriso sincero, lágrimas de vontade… Ah sim, essas ainda caem, mas os sorrisos não são mais sinceros, sempre pra esconder, sempre pra mostrar que é forte. Ontem cheguei tarde em casa, desci as escadas e fiquei pensando no meu passado, pensando em como eu era melhor nele. Antes de conhecer o amor, antes de conhecer o mundo real. Fantasia de criança, brincar de roda. Realidade de adulto, colher os pedaços do coração. Onde você está agora? Longe, longe de tudo que eu queria que fosse real. Mas crescer foi tão difícil, crescer foi meu pior pedido. Olhos cada vez mais sem brilho, minha alma cada vez mais ausente de mim. Acho que toda essa dor foi deixada com sua ida, foi deixada com todas as idas e vindas. Música triste, música calma me trazem lágrimas, aliás, todas as músicas agora me trazem lágrimas, até aquela que diz pra sair pro carnaval… Não como direito, perdi o apetite, perdi você. Disseram-me que estou deixando de viver, disseram-me que estou vendo tudo de longe. Eles não sabem como essa palavra me machuca: longe. Longe é onde você está agora. Sei que ando me entregando demais a essa dor, mas entenda que é mais fácil do que tentar e sim eu sou um covarde assumido, sou um errante. Sinto-me em uma eterna quarta-feira de cinzas, sem ninguém nas ruas e exausto. Mas exausto por toda essa exatidão, por toda essa dor. Dependente de você, dependente inconsciente ou consciente do seu amor. As luzes estão apagadas, gosto de me sentir assim, invisível. É um costume até. Meus pés estão doloridos, doloridos por correr atrás de você e acho que agora é hora de parar antes que dê bolhas, antes que eu tropece e não tenha ninguém para me ajuda a reerguer. Ando lendo tanto sobre viver, tanto sobre a vida de outras pessoas e tantas histórias que eu apenas fantasio, mas agora não é época de fantasiar, é época de fazer com que aconteça… Já é manhã e não dormi ainda… Eu não dormi hoje e não foi preocupado com as provas que deveria fazer, não foi à preocupação com as coisas banais que me tirou o sono, foi essa preocupação com você, essa vontade e saudade de você. Fiquei pensando no que estava fazendo, será que quebrou mais uma promessa? Será que você come direito e dorme bem? Como anda esse sorriso? Iluminando as manhãs nubladas? Eu não dormi porque você mais uma vez me tirou o sono, mais uma vez tive mais preocupações do que tranqüilidades. Se fosse criança e meu joelho estivesse esfolado, se fosse criança e apenas brincasse seria melhor a minha vida. É tarde agora, eu comecei errado e não tem mais como corrigir todos esses erros. É tarde demais agora, eu te perdi e não tem como mais voltar atrás… Consumo mais cafeína que os idosos do asilo ao lado, consumo mais dor que as damas viúvas da década de 30. Acabei aprendendo que é preciso mais do que o amor pra se manter ao lado de quem ama, é preciso você ser frio para algumas coisas, é preciso levar algumas coisas na brincadeira e fantasiar que nada é o que parece que nenhuma despedida é possível. Eu havia pensado em desistir de você, mas não vou desistir. Desistir de você é quase que meu suicídio. Brincando comigo como foste criança, foi assim que me ganhou. Supercílio cortado agora dói menos que agora. Saudade de você, saudade de quando criança.Brinquedos perdidos, não são nada perto do que um amor partido.
Ela não é igual à s outras, ela tem um ar de mistério, uma esquisitice em si, talvez seja no seu jeito de falar, de se expressar, ou na sua maneira de amar os outros, mas ela é diferente. Lia os seus romances, os seus livros de um final feliz, na esperança de um dia ter o seu. Sua cor preferida não era o rosa como de muitas, e não fazia tudo o que as garotas da sua idade faziam, ela gostava do mundo dela, de ficar nas suas fantasias de tudo um dia dar certo, ela gostava de ser diferente, odiava ser comparada com qualquer outra pessoa, ela teimava em não ser igual as outras, e de fato, ela era mesmo diferente. Está sempre disposta a ajudar todos, jogava a sua dor debaixo da sua cama, e ia em direção a quem precisava, dava a atenção que fosse preciso, mas não deixava de lado quem ela gostava. Tinha um refúgio para abrigar as pessoas que necessitavam dela, esquecia a sua dor e dava a atenção suficiente para todos aqueles que ela amava. Não gostava de ver as pessoas ao seu redor triste. Era doce, mas tinha uma dose de amargura, tinha um coração ingênuo, pronto para amar, mas como todas as garotas, ela era do tipo de garota que confiava fácil, se entregava por inteira e isso conseguia a machucar, ela dava carinho para quem precisava, sabia cuidar, e principalmente, ela sabia amar. Não tinha muita idade, não sabia muito bem como era o amor, o verdadeiro significado desse sentimento, mas de repente, ela se via amando, escutava músicas que a faziam chorar, gostava de ficar no seu canto e costumava se entregar por completo. Tinha a mania de esconder de todos, e de si mesma as suas dores, ela escondia tudo isso para não preocupar quem ela amava. Mas sempre estava sorrindo, e antigamente, o seu sorriso costumava sair de um modo espontâneo , não era apenas para enganar as pessoas que ela estava bem, mas depois de machucarem, amarrotarem o coração dela, ela nunca conseguiu mais ser a mesma de antes, mudou as suas expressões, o seu jeito de tratar as pessoas, começou a ficar desconfiada de todos a sua volta, não conseguia mais se entregar. Tornou-se tão desprotegida, estava tão indefesa, cabisbaixa, só estava precisando de atenção. O seu coração só estava cansado de tanto cuidar, e não receber cuidados.
Se era amor? Não era. Era outra coisa. Restou uma dor profunda, mas poética. Estou cega, ou quase isso: tenho uma visão embaraçada do que aconteceu. É algo que estimula minha autocomiseração. Uma inexistência que machucava, mas ninguém morreu. É um velório sem defunto. Eu era daquele homem, ele era meu, e não era amor, então era o que? Dizem que as pessoas se apaixonam pela sensação de estar amando, e não pelo amado. É uma possibilidade. Eu estava feliz, eu estava no compasso dos dias e dos fatos. Eu estava plena e estava convicta. Estava tranquila e estava sem planos. Estava bem sintonizada. E de um dia para o outro estava sozinha, estava antiga, escrava, pequena. Parece o final de um amor, mas não era amor. Era algo recém-nascido em mim, ainda não batizado. E quando acabou, foi como se todas as janelas tivessem se fechado às três da tarde num dia de sol. Foi como se a praia ficasse vazia. Foi como um programa de televisão que sai do ar e ninguém desliga o aparelho, fica ali o barulho a madrugada inteira, o chiado, a falta de imagem, uma luz incômoda no escuro. Foi como estar isolada num país asiático, onde ninguém fala sua língua, onde ninguém o enxerga. Nunca me senti tão desamparada no meu desconhecimento. Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responde às minhas próprias perguntas. Eu tenho que ser serena para me aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto. Se não era amor . Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sabe se vai ser antes ou depois de se chocar com o solo. Eu bati a 200Km/h e estou voltando a pé pra casa, avariada. Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez seja este o ponto. Talvez eu não seja adulta suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fadas, de achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagariam e eu retornaria minha vida satisfatória, sem sequelas, sem registro de ocorrência? Eu nunca amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era sacanagem. Não era amor, eram dois travessos. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Os românticos chamariam isto de uma história de amor, os cínicos diriam que é uma tragédia. Na minha cabeça é um pouquinho de ambas, e no fim das contas qualquer que seja a maneira como você escolha encarar este relato, nada altera o fato de que ele abrange uma grande parte da minha vida e do caminho que escolhi trilhar. Não tenho nenhuma queixa a fazer quanto ao meu percurso e aos lugares aonde ele me levou; talvez sobre outras coisas eu tenha reclamações, suficientes para encher uma tenda de circo, mas o caminho que escolhi tem sido sempre o certo, e tampouco gostaria que tivesse sido de outro jeito.

sábado, 11 de fevereiro de 2012


Estou me tornando tão amarga, tão dura, tão fria. Eu não queria que isso acontecesse comigo. Não queria deixar de lado toda aquela meiguice e fofura. Eu gostava de ser tão cheia de sentimentos, por mais que eles me machucassem na maioria das vezes, eu gostava. Mas eu não posso mudar as coisas aqui dentro, não posso me desviar desse caminho. Os acontecimentos me fizeram perder a credibilidade em muitas pessoas, e principalmente no amor. Eu estou me fechando de uma maneira tão rápida. Vivo desconfiada, não consigo mais ver beleza nas coisas. Consigo enxergar falsidade em tudo a minha volta. Eu mudei tanto, e sei que foi pra pior.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

VOCÊ ACHA QUE É FÁCIL GUARDAR TUDO QUE SENTE, E SORRIR?


Café esfria, sentimentos esfriam, corações esfriam[…]

A vida, no início, é colorida, uma criança tem sonhos, expectativas, pureza, a capacidade de acreditam no irreal, no ilógico e assim como um pássaro, está presa dentro de uma gaiola chamada mundo dos sonhos. Uma hora, a criança tem que sair da sua gaiola e aprender a voar[…] A vida não é nem um pouquinho fácil, certas pessoas acreditam que ela seja um mar de rosas, mas no meu ponto de vista, a única semelhança entre uma rosa e a vida são os seus espinhos[…]

Todos um dia temos que crescer, crescer não é fácil, digo isso pois já fui criança. Quando pequenos, achamos que o mundo dos mais velhos é melhor, mais interessante, mais… divertido. Só quem teve a terrível experiência de crescer, sabe como crescer é dolorido. Aos poucos, a vida, da maneira mais dolorosa possível, vai tirando toda cor e todo o brilho do mundo que um dia criamos em nossa imaginação, uma utopia, que como um castelo de cartas, pouco a pouco se desfaz.

A realidade destruí sonhos, a vida esfrega sabão nos nossos olhos para que possamos enxergam como tudo realmente é, e arde muito, como dói[…] O contato com esse mundo terrível, com o tempo, faz com que marcas apareçam no nossa pele. São tantas decepções, frustrações. Certas feridas cicatrizam, outras, sangram para o resto da vida. As pessoas logo aprendem, alias, são obrigadas a não acreditar em mais nada, porque por diversas vezes, somos lançados no mar da ilusão. As pessoas mentem e pior do que isso, elas fazem de tudo para que acreditemos nas suas mentiras[…] Porque? Isso é o que me questiono todos os dias. Conhecemos muito bem a dor que uma mentira causa, porque vai muito além do desapontamento, o coração cria expectativas, sonha, mas é obrigado a matar tudo, tudo isso é engolido a seco, e o que sobra? Cacos do que um dia pode ser chamado de coração, vazio, tristeza, e muita dor, tanta dor, que não cabe dentro de nós e que acaba escorrendo pelos olhos.

As pessoas não se tornaram frias por vontade própria, elas foram obrigadas a serem assim[…] A vida é triste, principalmente para aqueles que tem o péssimo hábito de sonhar demais. Tudo toma tom cinza, tudo se esfria[…] Fica cada vez mais difícil ser feliz com o tempo, não é verdade? Correr atrás da felicidade, num hábito súbito de desespero torna-se quase uma perca de tempo, é como nadar contra a maré, a felicidade se transforma em vento e torna cada vez mais difícil segura-la entre os dedos, você tenta segura-la com todas as suas forças mas ela te escapa por entre os dedos. Quando um cão latia, ou quando a chuva caia, a criança sorria, hoje, você manda o cachorro calar a sua boca e diz que detesta a chuva[…] Percebe o quanto você mudou? Aqueles pequenos detalhes que antes te faziam sorrir hoje não são mais suficientes. O coração está doente, ele dói, porque as feridas que nele existem não pararam de sangrar.

A pessoa te magoou, você se calou, ela nem desconfio, ela se foi mas tudo aquilo que ela um dia te disse, está guardado, talvez de você ela nem lembre mais, não é verdade? Muitos disseram te amar, mas na primeira oportunidade que tiveram se foram. São tantas promessas sem se cumprir[…] Tantos “para sempre” que não duraram quase nada, tanta gente que se ama separada pela distância, tanta gente mentirosa, por ai, prontas a jogar com sentimentos alheios[…] Tantos sonhos frustrados, tantos corações angustiados[…]

A vida dá cor, para depois apagar você da maneira mais dolorosa possível, a vida te faz sonhar, bem alto, depois quebrar a sua asa para que você despenque da mais alta altura[…]

Hoje, toda cor se apagou, o brilho cessou, e o coração, com medo de se machucar de novo, agora está lá, escondido, amargo. E a dor? Não foi embora, o coração se acostumou com ela.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


Eu ando tentando tirar um pouco de tudo o que eu sinto de mim, como se eu tivesse limpando os excessos. Sabe o excesso de dor, de saudade, de medo, de coragem, de tristeza… Até de felicidade? Mas principalmente, antes de qualquer outro, de amor. Tô querendo afastar esses excessos da vida, esses excessos que sobram quando algo acaba, e são os excessos que ficam como lembrança. Às vezes se é tão feliz, que quando não é mais, o pouco da felicidade que restou, aquele excesso, sabe? Fica atormentando, fazendo-me lembrar o quão bom era ser feliz, ou ser amado. Ou então machuca, rasga, sangra e quando passa… Você sente falta daquele peso enorme que tamanho sentimento provocava, mesmo que seja uma falta ruim. E eu não quero mais isso. Eu tô aliviada pra inflar o peito e ter orgulho de dizer que eu cansei dos excessos. Eu me amo, acima de tudo e de qualquer pessoa, eu amo muito. Eu aprendi que eu tenho que me amar, mesmo que o resto do mundo odeie. Eu rasgo meu peito, tiro tudo, se preciso, até o que não é excesso… Mas, juro, que dentro de mim não vai sobrar excessos. Não vai sobrar mais nada. E, eu corro atrás, bato o pé, implico quase sempre e choro também, choro muito. Mas quando eu lembrar que me amo muito e for embora; quando eu guardar minhas coisas dentro da mala, até as mensagens do celular… Quando eu desaparecer das redes sociais e desligar o celular durante a noite e querer dormir a madrugada inteira ouvindo algo que me acalme os nervos e não a mente, então não me espere voltar mais. Porque, eu me apego, e eu passo por cima de todos os meus orgulhos, até peço pra voltar atrás e consertar os erros. Não espere de mim frieza e indiferença, no fim de tudo. Eu não vou mudar. Quando todos os meus excessos se esgotarem, eu apenas, vou embora. E vou pra nunca mais ter que olhar pro fundo do posso novamente.